A AIC surgiu quase juntamente com a pandemia de Corona vírus, o que restringiu nossas atividades em 2020. Com a preocupação sobre a gravidade da COVID-19 trouxemos um artigo informativo do site da OPAS: https://www.paho.org/pt/covid19
COVID-19 é a doença infecciosa causada pelo novo coronavírus, identificado pela primeira vez em dezembro de 2019, em Wuhan, na China.
Quais são os sintomas de alguém infectado com COVID-19?
Os sintomas mais comuns da COVID-19 são febre, cansaço e tosse seca. Alguns pacientes podem apresentar dores, congestão nasal, dor de cabeça, conjuntivite, dor de garganta, diarreia, perda de paladar ou olfato, erupção cutânea na pele ou descoloração dos dedos das mãos ou dos pés. Esses sintomas geralmente são leves e começam gradualmente. Algumas pessoas são infectadas, mas apresentam apenas sintomas muito leves.
A maioria das pessoas (cerca de 80%) se recupera da doença sem precisar de tratamento hospitalar. Uma em cada seis pessoas infectadas por COVID-19 fica gravemente doente e desenvolve dificuldade de respirar. As pessoas idosas e as que têm outras condições de saúde como pressão alta, problemas cardíacos e do pulmão, diabetes ou câncer, têm maior risco de ficarem gravemente doentes. No entanto, qualquer pessoa pode pegar a COVID-19 e ficar gravemente doente. Pessoas de todas as idades que apresentam febre e/ou tosse associada a dificuldade de respirar/falta de ar, dor/pressão no peito ou perda da fala ou movimento devem procurar atendimento médico imediatamente. Se possível, é recomendável ligar primeiro para a(o) médica(o) ou serviço de saúde, para que a(o) paciente possa ser encaminhada(o) para a clínica certa.
O que devo fazer se tiver sintomas de COVID-19 e quando devo procurar atendimento médico?
Se você tiver sintomas menores, como tosse leve ou febre leve, geralmente não há necessidade de procurar atendimento médico. Ficar em casa, fazer autoisolamento (conforme as orientações das autoridades nacionais) e monitorar seus sintomas.
No entanto, se você mora em uma área com malária ou dengue, é importante não ignorar os sintomas da febre. Procure ajuda médica. Ao comparecer ao serviço de saúde, use uma máscara se possível, mantenha pelo menos 1 metro de distância de outras pessoas e não toque nas superfícies com as mãos. Se for uma criança que estiver doente, ajude-a a seguir esta orientação.
Procure atendimento médico imediato se tiver dificuldade de respirar ou dor/pressão no peito. Se possível, ligue para o seu médico com antecedência, para que ele possa direcioná-lo para o centro de saúde certo.
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Como o vírus responsável pela COVID-19 se espalha?
As evidências disponíveis atualmente apontam que o vírus causador da COVID-19 pode se espalhar por meio do contato direto, indireto (através de superfícies ou objetos contaminados) ou próximo (na faixa de um metro) com pessoas infectadas através de secreções como saliva e secreções respiratórias ou de suas gotículas respiratórias, que são expelidas quando uma pessoa tosse, espirra, fala ou canta. As pessoas que estão em contato próximo (a menos de 1 metro) com uma pessoa infectada podem pegar a COVID-19 quando essas gotículas infecciosas entrarem na sua boca, nariz ou olhos.
Para evitar o contato com essas gotículas, é importante manter-se a pelo menos 1 metro de distância das outras pessoas, lavar as mãos com frequência e cobrir a boca com um lenço de papel ou cotovelo dobrado ao espirrar ou tossir. Quando o distanciamento físico (a um metro ou mais de distância) não é possível, o uso de uma máscara de tecido também é uma medida importante para proteger os outros.
Alguns procedimentos médicos podem produzir gotículas muito pequenas (aerossóis) que são capazes de permanecer suspensas no ar por longos períodos. Quando tais procedimentos médicos são realizados em pessoas infectadas com COVID-19 em unidades de saúde, esses aerossóis podem conter o vírus causador da COVID-19. Esses aerossóis podem ser inalados por outras pessoas se elas não estiverem usando o equipamento de proteção individual adequado. Visitantes não devem ser permitidos em áreas onde esses procedimentos médicos estão sendo realizados.
Houve relatos de surtos de COVID-19 em alguns ambientes fechados, como restaurantes, boates, locais de culto ou ambientes de trabalho onde as pessoas podem estar gritando, conversando ou cantando. Nesses surtos, a transmissão por aerossóis – especialmente em locais fechados, onde há espaços lotados e inadequadamente ventilados, onde as pessoas infectadas passam longos períodos com outras pessoas – não pode ser descartada. No entanto, investigações detalhadas desses clusters sugerem que a transmissão por gotículas e fômites também poderia explicar a transmissão humano a humano dentro desses clusters. Mais estudos são necessários com urgência para investigar esses casos e avaliar seu significado para a transmissão da COVID-19.
Mais informações: https://iris.paho.org/handle/10665.2/52472
É possível pegar COVID-19 de uma pessoa que não apresenta sintomas?
A principal maneira pela qual a doença se espalha é através de gotículas respiratórias expelidas por alguém que está tossindo ou tem outros sintomas como febre e cansaço. Muitas pessoas com COVID-19 experimentam apenas sintomas leves, particularmente nos estágios iniciais da doença. É possível pegar COVID-19 de alguém com tosse leve e que não se sente doente. Alguns relatórios indicaram que pessoas sem sintomas podem transmitir o vírus. Ainda não se sabe com que frequência isso acontece.
Como podemos proteger aos outros e a nós mesmos se não sabemos quem está infectado?
Praticar a higiene das mãos e respiratória é importante em TODOS os momentos e é a melhor maneira de proteger aos outros e a si mesma(o). Sempre que possível, mantenha uma distância de pelo menos 1 metro entre você e os outros, principalmente se você estiver ao lado de alguém que tosse ou espirra. Como algumas pessoas infectadas podem não estar ainda apresentando sintomas ou os sintomas podem ser leves, manter uma distância física de todos é uma boa ideia se você estiver em uma área onde a COVID-19 está circulando.
Posso pegar COVID-19 de fezes de alguém com a doença?
Embora investigações iniciais sugiram que o vírus possa estar presente nas fezes em alguns casos, até o momento não houve relatos de transmissão fecal-oral da COVID-19. Além disso, não há evidências até o momento sobre a sobrevivência do vírus da COVID-19 em água ou esgoto.
Existe uma vacina ou medicamento contra COVID-19?
Ainda não. Até o momento, não há vacina nem medicamento antiviral específico para prevenir ou tratar a COVID-2019. As pessoas infectadas devem receber cuidados de saúde para aliviar os sintomas. Pessoas com doenças graves devem ser hospitalizadas. A maioria dos pacientes se recupera graças aos cuidados de suporte.
Atualmente, estão sendo investigadas possíveis vacinas e alguns tratamentos medicamentosos específicos, com testes através de ensaios clínicos. A OMS está coordenando esforços para desenvolver vacinas e medicamentos para prevenir e tratar a COVID-19.
As maneiras mais eficazes de proteger a si e aos outros contra a COVID-19 são limpar frequentemente as mãos, cobrir a tosse com a parte interior do cotovelo ou lenço e manter uma distância de pelo menos 1 metro das pessoas que estão tossindo ou espirrando.
Como fazer compras com segurança?
Ao fazer compras, mantenha pelo menos 1 metro de distância dos outros e evite tocar nos olhos, boca e nariz. Se possível, higienize as alças dos carrinhos de compras ou cestas antes. Lave bem as mãos após chegar e casa e depois de manusear e armazenar os produtos adquiridos. Atualmente, não há caso confirmado de COVID-19 transmitido por meio de alimentos ou embalagens de alimentos.
Os seres humanos podem ser infectados por um novo coronavírus de origem animal?
Uma série de investigações detalhadas descobriram que o SARS-CoV foi transmitido de civetas para humanos na China em 2002 e o MERS-CoV de camelos dromedários para humanos na Arábia Saudita em 2012. Vários coronavírus conhecidos estão circulando em animais que ainda não infectaram humanos. À medida que a vigilância melhora no mundo, é provável que mais coronavírus sejam identificados.
Qual é a orientação da OPAS e da OMS no que diz respeito ao uso de máscaras?
As máscaras devem ser usadas como parte de uma estratégia abrangente de medidas para suprimir a transmissão do coronavírus e salvar vidas. O uso somente delas, sem outras ações, é insuficiente para fornecer um nível adequado de proteção contra a COVID-19. Também é importante manter uma distância física mínima de pelo menos 1 metro de outras pessoas, limpar frequentemente as mãos e evitar tocar no rosto e na máscara.
As máscaras cirúrgicas (ou médicas) podem proteger as pessoas que a usam de serem infectadas e impedir que aqueles que apresentam sintomas espalhem o vírus. A OMS recomenda que os seguintes grupos usem máscaras médicas:
• Trabalhadores de saúde
• Qualquer pessoa com sintomas sugestivos de COVID-19, incluindo pessoas com sintomas leves
• Pessoas que cuidam de casos suspeitos ou confirmados de COVID-19 fora das unidades de saúde
Máscaras cirúrgicas também são recomendadas para os seguintes grupos de risco, quando estão em áreas de transmissão generalizada e não podem garantir uma distância de pelo menos 1 metro de outras pessoas:
• Pessoas com 60 anos ou mais
• Pessoas de qualquer idade com comorbidades de base, como doença cardiovascular ou diabetes, doença pulmonar crônica, câncer, doença cerebrovascular e imunossupressão
Já as máscaras de tecido não cirúrgicas estão sendo usadas por muitas pessoas em áreas públicas, mas as evidências sobre sua eficácia são limitadas e a OMS não recomenda seu amplo uso entre o público para o controle da COVID-19. No entanto, para áreas de transmissão generalizada, com capacidade limitada para implementar medidas de controle e especialmente em locais onde o distanciamento físico de pelo menos 1 metro não é possível – como transporte público, lojas ou outros ambientes confinados ou lotados – a OMS aconselha os governos a incentivarem a população em geral a usar máscaras não cirúrgicas de tecido.
A combinação ideal de materiais para máscaras de tecido não-cirúrgicas deve incluir três camadas: 1) uma camada mais interna feita de material hidrofílico (por ex., algodão ou misturas de algodão); 2) uma camada mais externa feita de material hidrofóbico (por ex., polipropileno, poliéster ou misturas desses materiais), para limitar a contaminação externa por penetração até o nariz e a boca do usuário; 3) uma camada intermediária hidrofóbica feita de material sintético não tecido, como polipropileno, ou uma camada de algodão, para melhorar a filtração ou reter gotículas.
Certifique-se de construir ou comprar uma máscara que permita respirar enquanto fala e caminha rapidamente.
Acesse aqui a íntegra da “Orientação sobre o uso de máscaras no contexto da COVID-19. Orientação provisória, 5 de junho de 2020”
Crianças com 5 anos ou menos não devem ser obrigadas a usar máscaras. Isso se baseia na segurança e no interesse geral da criança e na capacidade de usar uma máscara de maneira adequada com o mínimo de assistência.
A decisão sobre uso por crianças de 6 a 11 anos deve ser baseada nos seguintes fatores: se há transmissão generalizada na área onde a criança mora; a capacidade da criança de usar uma máscara de forma segura e adequada; acesso a máscaras, bem como lavagem e substituição de máscaras em determinados ambientes (como escolas e creches); supervisão adequada de um adulto e instruções para a criança sobre como colocar, tirar e usar máscaras com segurança; impacto potencial do uso de máscara na aprendizagem e no desenvolvimento psicossocial, em consulta com professores, pais/responsáveis e/ou profissionais de saúde; configurações e interações específicas que a criança tem com outras pessoas que correm alto risco de desenvolver doenças graves, como idosos e pessoas com outras condições de saúde subjacentes
Crianças com 12 anos ou mais devem usar máscara nas mesmas condições que os adultos, principalmente quando não podem garantir uma distância de pelo menos 1 metro de outras pessoas e há transmissão generalizada na área.
Acesse aqui as orientações sobre uso de máscaras por crianças (em inglês)
Quanto tempo leva após a exposição à COVID-19 para desenvolver sintomas?
O tempo entre a exposição à COVID-19 e o momento em que os sintomas começam (período de incubação) é geralmente de cinco a seis dias, mas pode variar de 1 a 14 dias.
Quanto tempo o vírus sobrevive nas superfícies?
O mais importante a se saber sobre a presença de coronavírus em superfícies é que elas podem ser facilmente limpas com desinfetantes domésticos comuns, que matam o vírus. Estudos demonstraram que o vírus da COVID-19 pode sobreviver por até 72 horas em plástico e aço inoxidável, menos de 4 horas em cobre e menos de 24 horas em papelão. Como sempre, limpe suas mãos com um higienizador à base de álcool ou lave-as com água e sabão. Evite tocar nos olhos, na boca ou no nariz.
Mais informações:
Recomendações para a limpeza e desinfecção em locais públicos: supermercados, mercados, lojas de bairro, bancos, transporte público e outros
Recomendações para a limpeza e desinfecção em locais de concentração de pessoas privadas de liberdade. Penitenciárias, cadeias, centros de detenção de imigrantes
Recomendações de saúde ambiental para espaços comunitários fechados asilos, orfanatos e outros locais de residência coletiva.
É seguro receber um pacote de qualquer área em que a COVID-19 tenha sido notificada?
Sim. A probabilidade de uma pessoa infectada contaminar mercadorias comerciais é baixa e o risco de pegar o vírus que causa a COVID-19 em um pacote que foi movido, transportado e exposto a diferentes condições e temperaturas também é baixo.
O que posso fazer para evitar a propagação da COVID-19 no meu local de trabalho?
O risco de exposição ocupacional à COVID-19 depende da probabilidade de contato próximo (inferior a 1 metro) ou frequente com pessoas que possam estar infectadas com COVID-19 e pelo contato com superfícies e objetos contaminados.
As decisões referentes ao fechamento ou reabertura de locais de trabalho e à suspensão ou redução de atividades devem ser tomadas à luz da avaliação de riscos, da capacidade de implementar medidas preventivas e das recomendações das autoridades nacionais para ajuste das medidas sociais e de saúde pública no contexto da COVID-19.
As medidas para impedir a transmissão da COVID-19 que se aplicam a todos os locais de trabalho e a todas as pessoas no local de trabalho incluem lavagem das mãos com água e sabão ou desinfetante para as mãos à base de álcool, higiene respiratória (como cobrir a tosse), distanciamento físico de pelo menos 1 metro ou mais (de acordo com as recomendações nacionais), uso de máscaras onde o distanciamento físico não é possível, limpeza e desinfecção regular do ambiente e limitação de viagens desnecessárias. Políticas e mensagens claras, treinamento e educação para funcionários e gerentes, de modo a aumentar a conscientização sobre a COVID-19 são essenciais. O manejo de pessoas com COVID-19 ou seus contatos também é essencial — por exemplo, os trabalhadores que não estiverem se sentindo bem ou que apresentarem sintomas condizentes com a COVID-19 devem ser instados a ficar em casa, a se autoisolar e a entrar em contato com um médico ou com a linha local de informações sobre a COVID-19 para obter orientação sobre exames e encaminhamento.
Nos lugares em que a transmissão comunitária local for alta e o trabalho continuar, permita uma teleconsulta médica, quando disponível, ou dispense a exigência de atestado médico para os trabalhadores que estiverem doentes, para que possam ficar em casa.
As pessoas que estiveram em contato próximo no local de trabalho com pessoas com COVID-19, confirmado em laboratório, devem ficar em quarentena por 14 dias a partir da última vez em que houve contato.
Mais informações: https://iris.paho.org/handle/10665.2/52133
Quem está em risco de desenvolver doenças graves?
As informações disponíveis atualmente apontam que o vírus pode causar sintomas leves e semelhantes aos da gripe, além de doenças mais graves. Com base nos dados atuais, 40% dos casos parecem ter doença leve; 40%, doença moderada; 15% parecem progredir para doença grave; e 5% ficam em estado crítico. Pessoas idosas e com condições de saúde pré-existentes (como pressão alta, doenças cardíacas, doenças pulmonares, câncer ou diabetes) parecem desenvolver doenças graves com mais frequência do que as outras.
A OPAS ou a OMS divulgaram uma receita de gel pra fazer em casa?
Não, a OPAS e a OMS não divulgaram receita de gel para fazer em casa. Esse processo de produção caseira pode, inclusive, ser prejudicial à saúde. A recomendação da OPAS e da OMS é lavar as mãos com água e sabão ou higienizador à base de álcool. Tanto álcool em gel quanto água e sabão são eficazes para matar vírus que podem estar nas mãos ou outra parte do corpo.
Fumantes e usuários de produtos de tabaco correm maior risco de infecção por COVID-19?
É provável que os fumantes sejam mais vulneráveis à COVID-19, pois o ato de fumar significa que os dedos (e possivelmente os cigarros contaminados) estão em contato com os lábios, o que aumenta a possibilidade de transmissão do vírus da mão para a boca. Os fumantes também podem já ter doença pulmonar ou capacidade pulmonar reduzida, o que aumentaria muito o risco de doença grave.
Outros produtos para fumar, como bongs, que geralmente envolvem o compartilhamento, podem facilitar a transmissão da COVID-19 em ambientes comunitários e sociais.
Condições que aumentem as necessidades de oxigênio ou reduzem a capacidade do corpo de usá-lo adequadamente colocam os pacientes em maior risco de doenças pulmonares graves, como pneumonia.
Pessoas que vivem com HIV correm um risco maior de serem infectadas pelo vírus que causa COVID-19?
As pessoas que vivem com HIV com doença avançada, aquelas com CD4 baixo e alta carga viral e aquelas que não estão em tratamento antirretroviral têm um risco aumentado de infecções e complicações relacionadas. Não se sabe se a imunossupressão causada pelo HIV colocará uma pessoa em maior risco para a COVID-19. Portanto, até que se saiba mais, devem ser tomadas precauções adicionais para todas as pessoas com HIV avançado ou pouco controlado.
No momento, não há evidências de que o risco de infecção ou complicações da COVID-19 seja diferente entre pessoas vivendo com HIV, clinicamente e imunologicamente estáveis ??no tratamento anti-retroviral, quando comparadas à população em geral. As pessoas que vivem com o HIV e estão tomando medicamentos antirretrovirais devem garantir que tenham um suprimento de ao menos 30 dias a 6 meses de remédios e garantir que suas vacinas estejam em dia.
Outras informações:
https://www.paho.org/es/documentos/enfermedad-por-coronavirus-covid-19-and-hiv-asuntos-acciones-claves (espanhol)
https://www.who.int/news-room/q-a-detail/q-a-on-covid-19-hiv-and-antiretrovirals (inglês)
Posso pegar COVID-19 do meu animal de estimação?
Houve casos de animais de pacientes com COVID-19 infectados com a doença. Como órgão intergovernamental responsável por melhorar a saúde animal no mundo, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) vem desenvolvendo orientações técnicas sobre tópicos especializados relacionados à saúde animal, dedicados a serviços veterinários e especialistas técnicos (incluindo testes e quarentena).
Existe a possibilidade de alguns animais serem infectados pelo contato próximo com seres humanos infectados. Ainda são necessárias mais evidências para entender se animais podem espalhar a doença.
Com base nas evidências atuais, a transmissão de humano para humano continua sendo o principal fator.
Ainda é muito cedo para dizer se os gatos podem ser o hospedeiro intermediário na transmissão da COVID-19.
Qual é a visão da OPAS e OMS em relação ao uso de cloroquina e hidroxicloroquina para tratamento e profilaxia contra COVID-19, que estão em andamento em alguns países?
Todo país é soberano para decidir sobre seus protocolos clínicos de uso de medicamentos. Embora a hidroxicloroquina e a cloroquina sejam produtos licenciados para o tratamento de outras doenças – respectivamente, doenças autoimunes e malária –, não há evidência científica até o momento de que esses medicamentos sejam eficazes e seguros no tratamento da COVID-19.
As evidências disponíveis sobre benefícios do uso de cloroquina ou hidroxicloroquina são insuficientes, a maioria das pesquisas até agora sugere que não há benefício e já foram emitidos alertas sobre efeitos colaterais do medicamento. Por isso, enquanto não haja evidências científicas de melhor qualidade sobre a eficácia e segurança desses medicamentos, a OPAS recomenda que eles sejam usados apenas no contexto de estudos devidamente registrados, aprovados e eticamente aceitáveis.
Há um ensaio clínico (série de pesquisas padronizadas) internacional chamado Estudo Solidariedade, que busca ajudar a encontrar um tratamento eficaz para a COVID-19. Foi lançado pela Organização Mundial da Saúde e parceiros em março de 2020. Com base em evidências científicas de pesquisas laboratoriais, em animais e humanos, foram selecionadas no Estudo Solidariedade algumas opções de tratamento para análise quanto à eficácia no tratamento da COVID-19. Uma delas foi o uso de cloroquina* ou hidroxicloroquina. As demais opções foram: o uso de remdesivir; de lopinavir/ritonavir*; e de lopinavir/ritonavir com interferon beta-1a. Tendo se reunido em 23 de maio de 2020, o Grupo Executivo do Estudo Solidariedade decidiu implementar uma pausa temporária do braço de hidroxicloroquina do estudo, devido a preocupações levantadas sobre a segurança do medicamento. Essa decisão foi tomada como precaução, enquanto os dados de segurança foram revisados pelo Comitê de Segurança e Monitoramento de Dados do Estudo Solidariedade. Em 3 de junho de 2020, com base nos dados de mortalidade disponíveis, os membros do comitê recomendaram que não havia motivos para modificar o protocolo do estudo. O Grupo Executivo então recebeu esta recomendação e endossou a continuidade de todos os ramos do Estudo Solidariedade, incluindo a hidroxicloroquina. Posteriormente, com base em novas descobertas, a OMS anunciou em 17 de junho de 2020 que o braço de hidroxicloroquina do Estudo Solidariedade que buscava encontrar um tratamento eficaz para COVID-19 foi interrompido. O Grupo Executivo do estudo e os principais pesquisadores tomaram a decisão baseados em evidências do Estudo Solidariedade (incluindo dados do estudo francês Discovery), do ensaio Recovery do Reino Unido e de uma revisão Cochrane de outras evidências sobre a hidroxicloroquina.
Os dados e os resultados recentemente anunciados mostraram que a hidroxicloroquina não resulta na redução da mortalidade de pacientes com COVID-19 hospitalizados, quando comparados com o padrão de atendimento.
Com isso, os investigadores não randomizarão outros pacientes para hidroxicloroquina no Estudo Solidariedade.
Esta decisão se aplica apenas à condução do Estudo Solidariedade. A cloroquina e a hidroxicloroquina continuam sendo medicamentos aceitos como geralmente seguros para uso em pacientes com malária ou doenças autoimunes.
Existem outros ensaios em andamento no mundo, além do Estudo Solidariedade.
Confira o documento da OPAS “Atualização contínua da terapia potencial COVID-19: resumo de revisões sistemáticas rápidas” para mais detalhes e informações sobre potenciais tratamentos.
*De acordo com o protocolo de pesquisa inicial, a cloroquina e a hidroxicloroquina foram selecionadas como possíveis medicamentos a serem testados no Estudo Solidariedade. No entanto, os testes só foram realizados com a hidroxicloroquina. Assim, a cloroquina foi removida no dia 25 de maio de 2020 das opções de tratamento em estudo listadas na página do Estudo Solidariedade.
**Essas evidências não se aplicam ao uso da hidroxicloroquina na prevenção de infecções por COVID-19 ou no tratamento de pacientes não hospitalizados, duas áreas em que ainda são necessárias mais evidências sobre a eficácia do medicamento contra o coronavírus.
***No dia 4 de julho de 2020, o braço do estudo relacionado ao uso de lopinavir/ritonavir também foi descontinuado, por produzir pouca ou nenhuma redução na mortalidade de pacientes com COVID-19 hospitalizados quando comparado ao padrão de atendimento.
Qual a posição da OPAS e da OMS sobre uso da ivermectina no tratamento da COVID-19?
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) aconselham fortemente contra o uso de ivermectina para quaisquer outros propósitos diferentes daqueles para os quais seu uso está devidamente autorizado.
A OPAS compilou um banco de dados de evidências sobre potenciais tratamentos para COVID-19, e fez uma revisão rápida de todos os estudos realizados em humanos, in vitro (laboratórios) ou in vivo (clínicos), publicados de janeiro a maio de 2020.
A revisão concluiu que os estudos sobre ivermectina tinham um alto risco de viés, muito pouca certeza de evidências, e as evidências existentes eram insuficientes para se chegar a uma conclusão sobre benefícios e danos.
Apesar da efetividade da ivermectina estar sendo avaliada atualmente em diversos ensaios clínicos randomizados, deve-se enfatizar que a OMS excluiu a ivermectina do Estudo Solidariedade para tratamentos da COVID-19, uma iniciativa co-patrocinada, para encontrar um tratamento efetivo para COVID-19.
A OMS recomenda o uso de luvas na comunidade para impedir a transmissão do COVID-19?
Não, a OMS não recomenda o uso regular de luvas por pessoas no entorno comunitário. O uso de luvas pode aumentar os riscos de infecção em quem usa ou de transmissão para outras pessoas caso sejam tocadas superfícies contaminadas sem que depois as luvas sejam retiradas e as mãos lavadas.
Portanto, em locais públicos como supermercados, além do distanciamento físico, a OMS recomenda instalar na entrada e na saída pontos de higiene das mãos de uso público.
Ao melhorar amplamente as práticas de higiene das mãos, os países podem ajudar a impedir a propagação do vírus causador da COVID-19.
Pessoas que se recuperaram da COVID-19 podem ficar imunes ou serem infectadas mais de uma vez?
Atualmente, não há evidências de que as pessoas que se recuperaram da COVID-19 e tenham anticorpos estejam protegidas contra uma segunda infecção. É esperado que a maioria dos indivíduos infectados desenvolva uma resposta de anticorpos que forneça algum nível de proteção. O que ainda não se sabe é o nível de proteção ou quanto tempo vai durar. A OMS está trabalhando com cientistas de todo o mundo para entender melhor a resposta do corpo à infecção por COVID-19.
Mais informações (em inglês): https://www.who.int/news-room/commentaries/detail/immunity-passports-in-the-context-of-covid-19
O que é imunidade de grupo/rebanho?
A imunidade de grupo ou de rebanho é a proteção indireta de uma doença infecciosa que ocorre quando uma população é imune por vacinação ou imunidade desenvolvida por infecção anterior. Isso significa que mesmo as pessoas que não foram infectadas ou nas quais uma infecção não desencadeou uma resposta imune, elas estão protegidas porque as pessoas ao seu redor que são imunes podem atuar como amortecedores entre elas e uma pessoa infectada. O limiar para estabelecer imunidade de rebanho para a COVID-19 não está claro no momento.
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